Projeto Pérola Negra II
Aos Vinte e três dias do mês de Abril
de dois mil e doze, a Escola Antonio Francisco de Paula realiza o I Fórum –
Projeto Pérola Negra II, com o tema, “A Cultura dos Nossos Antepassados:
Profissões que Herdamos.” Estão presentes dois convidados representando o Índio
e o Negro. Contamos também com a presença de alunos do sexto ao nono ano. No
primeiro momento, fizemos a abertura com oração e em seguida introduzimos o
tema com slides e comentários. Iniciou mostrando a formação do povo brasileiro,
se fazendo uma retrospectiva desde a chegada dos europeus e o encontro com os
povos nativos. Também abordamos a exploração da terra pelos portugueses que não
satisfeitos foram buscar os negros na África para escraviza-los, aumentando a
mão-de-obra na exploração da terra e produção de riquezas. Falamos das três
raças o nativo, o branco e o negro, originando a miscigenação da qual se formou
o povo brasileiro. Em seguida apresentamos a lei 11,645/08 que fala da
importância da cultura indígena para o povo brasileiro. Apresentamos os relatos
das pesquisas realizadas em nossa comunidade sobre as profissões de cada um. Mostrando as imagens das profissões
destacadas, fizemos um comparativo das profissões herdadas dos nossos
antepassados, percebemos que as atividades profissionais pesquisadas fogem da
herança cultural dos afros-descendentes. No entanto temos em nossa comunidade
descendentes de negros e índios que ainda sobrevivem de sua atividade primitiva:
agricultura, pecuária e artesanato, os quais nos relataram em seus depoimentos.
O índio (Edvaldo),
entrevistado, descendente da tribo, xucurus-uruguá do Sítio Cana Brava em
Pesqueira, falou sobre os conflitos que havia, na tribo entre os chefes Chicão
é o mais antigo da aldeia, afirmando que a mesma não sabia lidar com o branco,
citou também que os povos da aldeia sobrevivam da pesca, da arte e de tudo que
a reserva produzia, como produtos agrícolas, verduras e criação de animais.
Alguns índios saíram da aldeia em busca de trabalho, continuaram a trabalhar na
agricultura e na pecuária. O índio que hoje moral em nossa comunidade sobrevive
de hortaliças e com o trabalho em fazenda de gado. No decorrer da conversa
surgiram perguntas sobre a vida do índio, tais como:
- Alunos: A Língua falada na aldeia?
- Índio: O tupi Guarani e hoje em dia o Português. (E até
falou algumas palavras)
- Alunos: Havia conflitos na aldeia?
- Índio: Não, somos unidos, quando sofremos alguma invasão,
outras aldeias se unem para ajudar.
- Alunos: Já sofreu algum preconceito?
- Índio: Não, as pessoas brincam comigo, mas nunca levaram
para o lado preconceituoso. Orgulha-se da sua origem indígena.
- Alunos: Continua com as vestes indígenas?
- Índios: Não, apenas nos rituais quando vai comemorar ou
celebrar sua cultura.
- Alunos: É descendente de Índio por parte de pai e mãe?
- Índio: Não, apenas por parte de mãe.
As perguntas ao Índio foram encerradas, o mesmo agradeceu por
sido convidado a participar deste fórum. O
negro (Severino Paulo dos Santos) relatou que foi criado na roça, plantando
mandioca, fazendo farinha e praticando artesanato de barro e de cipó,
trabalhava junto com a mulher de os filhos na agricultura catando feijão, fava,
algodão. Nunca faltou coragem para trabalhar na terra, muitas vezes, o roçado era
distante, trabalhava também de alugado para sustentar a família. Não sofreu
preconceito pela sua cor. A única vez
que saiu para trabalhar foi na usina de laranjeira e são josé no corte de cana.
Sempre foi trabalhador, negro de coragem, muitas vezes seu trabalho era
disputado pelos fazendeiros da região, devido sua força e disposição. Explicou
como funcionava a casa de farinha e a realização diária desta atividade. Contamos também
com o depoimento da convidada Lucia que relatou como se fazia a corda, desde
criança aprendeu com o seu pai esta arte – artesanato de origem indígena
praticado em nossa comunidade. Concluímos o fórum agradecendo aos convidados,
alunos e a todos os presentes.
Leitura da lei 11.645/08
Palestra com o Índio.
Palestra com o Negro.
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